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Terça-feira, 23 de abril de 2024

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Boletim n°12 - Dez. 2007
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Editorial

O montanhismo, praticado na essência da sua criação como atividade lúdica, proporciona leveza do espírito e estreito elo com os instintos primordiais da natureza do ser humano. Desses instintos, os mais latentes, a sobrevivência e a proteção à vida, explodem em nossos corações, como um vulcão em erupção, quando ascendemos uma montanha. Cada vez que estamos na montanha, esses instintos se renovam com a mesma intensidade e paixão. Negligenciar ou mesmo denegar remotamente a supremacia desses instintos, pela afetação da soberba, da sofisticação dos aparatos, da fama e de uma questionável originalidade de conquista, pode ser fatídico. Na mesma linha de raciocínio, não enxergamos a competição como juízo de valor na prática do montanhismo. Com plena consciência destes instintos, a Unicerj optou por praticar o montanhismo de forma coletiva, e com a segurança que julgamos adequada para o mínimo impacto à vida, sem contudo deixar de enfrentar os riscos e os desafios para se chegar ao cume das montanhas, seja escalando ou caminhando.

Saindo da visão lúdica e contemplativa, o montanhismo, inserido no contexto sócio-político atual, vem sendo alvo, por alguns, na tentativa de se regular o previsível e o imprevisível, principalmente nas áreas de proteção ambiental em geral. Este tema, abordado no Editorial do Boletim da Unicerj nº 11, tem sido o centro de acaloradas polêmicas e controvérsias. Constantemente, a Unicerj e seus fundadores são citados na comunidade e listas de discussão na internet, como protagonistas de acusações levianas e mal intencionadas, que teriam por objetivo, segundo a alegação daqueles, de desacreditar algumas entidades de montanhismo perante o poder público. Para quem conhece de fato os membros da Unicerj, sabe que repudiamos qualquer índole dissimulada, bem como não externamos manifestações e críticas desprovidas de fundamento, tampouco carentes de coerência e de comprovação. As opiniões podem convergir, assim como divergir, mas não podem se sobrepor como verdade absoluta anulando o contrário. Temos o direito natural, social e institucional, de praticar o montanhismo da forma que escolhemos, e transmitir nossa vivência e valores que acreditamos àqueles que assim desejarem.

Essa diferença ideológica não conferirá glórias nem tampouco sobressairá vencedores e perdedores. Isto, para nós, está muito claro. Basta, como exemplo, repassar o processo judicial da Chaminé Stop. Freqüentemente, este caso rodopia nas listas de discussão na internet, através de mensagens que incitam a opinião pública em desfavor da Unicerj. Aliás, o signatário deveria expor na sua mensagem, a verdadeira razão dos motivos para esses espasmos convulsivos. Essas mensagens lançam, propositalmente, meias verdades, induzindo o leitor desinformado a um julgamento precipitado e preconceituoso, gerando ambiente de indignação injustificada. Essas mensagens tendenciosas contestam, inclusive, a decisão proferida pelo Poder Judiciário, que sentenciou o acusado de ter cometido um ilícito penal, sob o argumento de que os julgadores, Juízes e Ministério Público, não tinham conhecimento de causa, o que não procede. A leitura da sentença e do relatório do Ministério Público mostra, com imparcial lucidez, as garantias institucionais do direito de praticar o montanhismo com responsabilidade e liberdade, e com muita propriedade, depois de várias audiências, testemunhos e arrazoados, prolatou a culpa do acusado numa sentença histórica e talvez inédita em se tratando da pratica do montanhismo no Brasil. Apesar da procedência da culpa do acusado, não nutrimos nenhum sentimento de triunfo, mas essas insistentes mensagens capciosas se apropriam deste processo judicial para destilar vaidades e para promoções pessoais.

A Unicerj se mantém no firme propósito de praticar o MASENC - Montanhismo Amador, Solidário, Ecológico e Não Competitivo, sempre renovada com a adesão de muitas pessoas que se integraram ao projeto de forma espontânea e voluntariosa. A essas pessoas, que compartilham conosco o nosso ideário, dedicamos esse Editorial.


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