Busca
 
 

Fale conosco! fale conosco!

Calendário



« DESTAQUES »

Formatura do CBM/2023

NOTA DE REPÚDIO

Carta ao PARNASO

CURSOS

As Descidas Vertiginosas do Dedo de Deus (2a Edição)

Carta Aberta aos Montanhistas do Rio de Janeiro e à Sociedade

Diretoria e Corpo de Guias

Equipamento individual básico

Recomendações aos Novos Sócios

2ª Carta Aberta aos Montanhistas do Rio de Janeiro e à Sociedade



Sexta-feira, 29 de março de 2024

Você está em: BoletinsBoletim n°12 - Dez. 2007
Boletim n°12 - Dez. 2007
Livro de Cume‹‹ anterior 
|
 próxima ››Mutirões Ecológicos

Dez, Vinte, Trinta Anos da UNICERJ

para Zaib, Lucia e Santa Cruz
que há mais de trinta anos acreditam neste sonho

Primeiro foi uma idéia, ou talvez um sonho - que já dura mais de trinta anos – que foi amadurecendo na cabeça de alguns visionários que, no turbilhão de tanta incompreensão, pensaram que poderia existir um montanhismo carregado de humanismo, de solidariedade e sem o orgulho inócuo da competição e do individualismo. Um montanhismo alimentado por um coração de amador, de gente apaixonada, que ama a natureza consciente de que o ser humano faz parte dela, e cujo gesto simples de dividir o cantil tem a mesma transcendência e poder de transformação da conquista de uma montanha, pois ambos encerram o mesmo ideal de solidariedade e comunhão.

Depois, esse sonho e as idéias que foram surgindo se traduziram em fatos e coisas reais, simbolicamente muito importantes, que apontavam para a possibilidade de se construir uma alternativa viva de um montanhismo modelado em outros signos. A expressão mais sólida disso é o nosso Clube, fundado há quase dez anos numa pequena sala num remoto edifício de escritórios no Rio de Janeiro. Ele é como o Aleph do Borges – não o nosso Guia, mas o escritor – concentrando no seu exíguo espaço, feito átomos e moléculas, toda a força e dimensão da nossa vontade de construir o montanhismo que sonhamos todos os dias, há trinta anos. Essa é a matéria para que ele sempre exista.

Porém, entre o sonho e o surgimento do Clube muitas coisas aconteceram. As nossas memórias estão repletas de lembranças de alegrias e de tristezas que tecem e dão sentido a essa pré-história. Cada gota dessas lembranças inunda todas as nossas vidas. Foram esses acontecimentos que primordialmente formaram as bases para a fundação do que é hoje a União de Caminhantes e Escaladores Rio de Janeiro e o que ela representa para todos nós.

Entretanto, três desses acontecimentos, pela força do seu simbolismo, são de dramática importância para que possamos hoje compartilhar as montanhas como desejamos.

Em 1977, há trinta anos, portanto, concorremos às eleições do CERJ – Centro Excursionista Rio de Janeiro – com a esperança de poder trabalhar na direção do montanhismo que sonhávamos naquele ambiente onde havíamos nos formado montanhistas. O nome da nossa chapa era UNICERJ - “UNIÃO PARA O CERJ MELHOR” – e estava pleno de significado. Perdemos as eleições, mas as nossas utopias começaram a ficar mais nítidas e possíveis como resultado de tantas discussões e enfrentamentos. É nesse preciso momento que começa a se tornar real o sonho de um montanhismo amador, solidário, ecológico e não competitivo, cujo ideário está representado pela sigla MASENC.

Plena de significado está também a conquista da Chaminé Unicerj em 1988, no Espírito Santo. Escalada desafiadora, mítica e simbólica para a idéia que subversivamente se construía de um montanhismo reinventado na perspectiva do ser humano, do valor da vida e da alegria de viver cada um dos infinitesimais momentos que se faz uma grande escalada.

Mas ainda era necessário formalizar o nosso compromisso para com a sociedade na construção de uma história nova para o montanhismo. Um pacto documentado. Assim, em 1997, é publicada a primeira Carta Aberta que estabelecia os princípios desse compromisso. Essa primeira carta tem dez anos e o seu aniversário foi comemorado há pouco com alegria por todos. A saga comovente que foi a sua gestação, elaboração e publicação é uma emoção que ficou guardada como um tesouro no coração de alguns dos nossos companheiros.

Dez, vinte, trinta anos de um ideal e a história da Unicerj não acabou. Ela continua sendo construída cotidianamente, com os gestos simples e os grandiosos, porque ela se faz através de um arco tênue que vai nos unindo, a todos nós unicerjenses, na sua teia de idéias, sonhos e realizações. Mas é muito importante saber que a sua substância é uma matéria sutil e rara que só existe enquanto acreditarmos e lutarmos por ela.

Sayão


Livro de Cume‹‹ anterior 
|
 próxima ››Mutirões Ecológicos

Versão para impressão: