C.E.P.I.
O nome Par. CEPI é uma homenagem ao C.E. Pico do Itatiaia (CEPI), um Clube de Montanhismo que foi muito atuante nos anos 50, mas que, como tantos outros, não mais existe. Esta via é uma escalada clássica do Pão de Açúcar, que já foi frequentemente marcada nos boletins dos Clubes e que, ultimamente, anda meio "esquecida", por vários motivos.
Um dos motivos certamente é o individualismo. Quem, hoje em dia, está disposto a trabalhar pesado, por vários finais de semana, para restaurar uma via? Desse pequeno grupo, quantos, dadas as condições acima, estariam dispostos a restaurar o CEPI sem o apoio do bondinho (isto é, o cabo novo não poderia subir pelo bondinho nem se pagássemos)?
Outro motivo é a supervalorização da técnica. O CEPI não é uma escalada muito difícil, e por isso não dá status. De modo que alguns escaladores atualmente desejam torná-la um escalada "em livre", muito difícil, que é quando o interesse começa a ser despertado, ou simplesmente "esquecê-lo". Aonde está o Clube "responsável" pela sua manutenção? Há alguns anos atrás, certamente isso não aconteceria mas, hoje em dia, entendo que os Clubes encaram a manutenção do CEPI como um fardo. É uma pena que a recuperação de vias clássicas não seja prioridade para a maioria dos Clubes do Rio de Janeiro.
 Vale ressaltar que como tantas outras escaladas de nossa cidade, completamente abandonadas, o Paredão CEPI merece ser preservado. Várias vezes, ao longo de quase cinco décadas, o cabo de aço do CEPI foi trocado e é uma honra para a UNICERJ fazê-lo neste momento.
A idéia de reformar o Paredão CEPI, no Pão de Açúcar, é de 1997, quando conseguimos cerca de 200m de cabo de aço. Esta vontade ficou adormecida e guardada junto aos cabos até o início de abril/2000 quando fomos substituir o cabo de aço do Paredão Íbis. Por excesso de vontade e disposição, acabamos levando cerca de 50m de cabo além do necessário. Este excesso, na ocasião, foi deixado escondido no mato para, assim que pudéssemos, utilizá-lo no CEPI.
No início de Junho, compramos o restante do material necessário e decidimos trocar a parte superior da escalada (à partir da gruta). Decidimos assim, pois julgamos que essa parte é a mais utilizada e só dispúnhamos de cabo para apenas uma parte da via.
 Tentamos junto a Companhia Caminho Aéreo do Pão de Açúcar o transporte dos cabos até o cume. Apesar de dois "faxes" enviados, dezenas de telefonemas e uma visita a empresa com o intuito de contatar o responsável pela autorização, infelizmente não obtivemos nenhuma resposta.
Este contratempo nos atrasou uma semana e mesmo assim mantivemo-nos decididos a completar os nossos objetivos.
Carregamos os cabos "no braço" até a base do CEPI e os rebocamos até o cume. Trabalhamos, pesadamente, por alguns finais de semana, substituindo todos os clips e a maioria dos grampos. No sábado, 17/06/2000, descemos cerca de 150m do cabo antigo (acima da gruta) e o deixamos temporariamente enrolado na base.
Com ampla partcipação, em breve estaremos terminando este trabalho.
Até esta data foram realizadas oito investidas de regrampeação. Já participaram: Álvaro Paixão, Cassio Almeida, Eduardo Buarque, Eduardo Sayão, Hugo Rafael, Jane Assumpção, Jose Zaib, Leonardo Godinho, Leonardo Perrone, Luis Senra, Marcelo Bonfim, Mauricio Roma, Ricardo Borges, Santa Cruz e Sonia Reinstein.
Leonardo Perrone
|
