Boletim n°4 - Jan. 2000

Editorial

Já se vai tempo que com meus 15 anos ficava imaginando como estaria no ano 2.000 com 45 anos. Coisas de adolescente acho eu. Tínhamos acabado de conquistar o tricampeonato mundial de futebol e como a maioria dos meus colegas e amigos, só tínhamos olhos para as festas em comemoração ao almejado título, por juntar a turma e ir à praia pegar uma onda de prancha ou de peito, ou ir à sessão da meia noite do cinema Caruso assistir as concorridas pré-estréias dos filmes badalados. Não tinha muita preocupação com o futuro e, como a maioria silenciosa, vivia alheio às agruras que fervilhavam em nosso país, até porque a censura do regime da época era um mecanismo cerceador e castrador das informações políticas, econômicas e sócio-culturais de então.

Tempo depois comecei a entender os motivos das lutas e movimentos de uma minoria, que escudada pela consciência da razão e de suas convicções, tinha por objetivo resgatar a dignidade e o respeito pela pessoa humana e acima de tudo a liberdade para poder expressar seus ideais.

Neste mesmo compasso penso e acredito daqui há 30 anos, que a UNICERJ possa ter contribuído efetivamente na formação de montanhistas amadores e também tenha sido um baluarte do Montanhismo praticado com solidariedade, segurança e respeito à natureza.

Tarcisio Rezende



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