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Sábado, 20 de abril de 2024

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Boletim n°4 - Jan. 2000
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Narrativa - Resgate: Uma Aula

Na ETGE/99, além das excursões que os alunos precisavam realizar, houve diversas aulas teóricas sobre técnicas avançadas de escalada, material móvel, primeiros socorros e resgate.

Na aula de resgate, além das técnicas de descida e ascensão com uma "vítima", foi com certeza mais importante criar na cabeça de cada um, a responsabilidade em cada excursão. Acidentes normalmente não são fatalidades ou advindas de causas externas como raios ou desmoronamentos. Eles acontecem mais freqüentemente por fatores humanos tais como: arrogância, negligência, displicência e imperícia.

Entre os assuntos discutidos, frisamos a importância de sempre avisar os companheiros ou guardas do parque o itinerário, levar sempre o EPS (Estojo de Primeiros Socorros), nunca abandonar um companheiro, usar sempre corda em situações arriscadas, nunca ter pressa na montanha, ser humilde entre muitos outros.

Portanto, precisamos entender o resgate como um conjunto de conceitos e ações que visam prevenir tais acontecimentos também, e o guia é a pessoa chave nessa prevenção.

Para consolidar estes conceitos realizamos, posteriormente, uma excursão prática de resgate. Escolhi a face norte do Morro da Urca pois lá as paredes são íngremes e curtas. A atividade seria descer com dois acidentados "inconscientes" do meio do Par. Ervé Muniz, carregar os dois até a base do Par. Yuri Gagarin e subir uma das "vítimas" rebocando, sem roldana. Resolvemos não usar roldanas pois é um item que dificilmente dispomos em excursões.

Marcamos as 15:30h na Praia Vermelha para que parte da atividade fosse obrigatoriamente noturna. Eu saí 20 min na frente com dois alunos Caminhantes e os seis outros alunos viriam posteriormente resgatá-los. Vale ressaltar que não poderiam descer pela via onde estávamos, obrigando-os a guiar o Paredão.

A primeira etapa da excursão, guiar o Paredão e descer com os acidentados, foi difícil embora relativamente rápida. No entanto, a segunda etapa, carregar os dois acidentados inconscientes por uma distância aproximada de 30 m, foi muito desgastante pois, sem maca, precisávamos de no mínimo três pessoas constantemente segurando a vítima para manter a coluna reta (uma segurando o pescoço, outra o tronco e outra as pernas). É o tipo de situação que somente praticando é que temos a real dimensão do problema, até porque a trilha só tem espaço para um de cada vez.

A terceira etapa era ascender uma vítima inconsciente por uma via vertical de 50 m (Par Yuri Gagarin). Como a vítima não pode ficar sozinha, é necessário ascender duas pessoas: a vítima e o socorrista. Como não levamos roldanas, ascender duas pessoas exigiu muita técnica e força. Nesta etapa já havia escurecido.

Chegamos ao cume as 21:30 h muito felizes e cansados e tivemos que nos apressar para pegar o último bondinho. Com certeza depois dessa excursão os alunos, sempre que pensarem em resgate terão mais respeito (e talvez algumas roldanas no bolso) e pensarão em preveni-los.

Leo


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