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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Boletim n°9 - Dez. 2004
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Variante Guy Costa

Durante a minha vida tenho experimentado momentos muito valorosos e felizmente posso dizer que, dos instantes vividos entre as pessoas queridas, muitos foram proporcionados durante a prática do montanhismo.

Foi na Floresta da Tijuca, há muito tempo , que atingi o topo de uma montanha pela primeira vez. Eu era uma das muitas crianças agitadas que naquele dia chegaram ao cume do Pico da Tijuca. Estávamos acompanhados por pessoas responsáveis e não tínhamos muita noção do que poderia significar aquele feito. A amizade que passou a existir entre três integrantes deste grupo fez com que, anos depois, nos víssemos em uma aventura semelhante, porém de maiores proporções, no sul da Argentina. Acompanhados de um Guia profissional e depois de oito horas de caminhada, conseguimos chegar ao cume argentino do Cerro Tronador, uma linda montanha localizada nas cercanias de Bariloche. Foi nesta ocasião, em 1988, que descobrimos o que o montanhismo poderia nos proporcionar.

A Variante Guy Costa é um agradecimento especial e uma homenagem a um destes amigos, com o qual tive a felicidade de realizar esta e várias outras escaladas ao longo dos anos. Foi com o Guy que tive a sorte de atingir o cume da Agulha Guillaumet e de fazer uma incursão ao Gelo Continental, dois locais maravilhosos situados na Patagônia Argentina. Nesta mesma excursão, tive a chance de estar cara a cara e conversar com Casimiro Ferrari, grande escalador italiano que conquistou várias vias de escalada em montanhas pelo mundo afora, incluindo o Cerro Torre na própria Patagônia Argentina, e o Alpamayo, nos Andes peruanos. Com o Guy, realizei também muitas escaladas no Rio de Janeiro, entre as quais está a única vez em que escalei todo o Diedro Salomyth, no Dedo de Deus.

A importância que eu dou a todas estas aventuras não está nos feitos que realizamos, mas sim no tempo que pudemos compartilhar e em tudo que pudemos admirar juntos, enquanto estávamos na montanha.

Desde a morte do Guy, eu fiquei pensando em homenageá-lo com uma conquista, mas faltava encontrar um lugar à altura. Há tempos eu havia ido ao Dedo de Deus com o Santa Cruz, Willy e o Leandro, para escalar uma via clássica chamada Face Sul. Conquistada pelo CERJ em 1963, é uma escalada lindíssima, desafiadora e, surpreendentemente, pouquíssimo frequentada nos dias de hoje. Ela tem seu início em um platô acessível por caminhada, em um ponto que fica a mais de cem metros do solo. Olhando dali para baixo, imediatamente fui seduzido pela chaminé que surgia do precipício e assim tivemos a idéia de fazer uma via de escalada que nos permitisse chegar àquele platô. Em 2002, enviamos um ofício ao Parque Nacional da Serra dos Órgãos e obtivemos a permissão para começar a conquista. Incentivado pelo Santa Cruz, não tivemos dúvida: ali seria a Variante Guy Costa. E de forma muito semelhante a outras conquistas já realizadas pela UNICERJ, a escalada foi batizada antes mesmo da realização de sua primeira investida.

Depois de 5 idas à montanha e graças ao carinho e a contribuição de muitas pessoas, finalmente concluímos a via. É uma nova opção para os montanhistas, que agora permite começar a escalar a partir de um local que fica a 10 minutos da Bifurcação e, chegando ao platô inicial da Face Sul, atingir o cume do Dedo de Deus por esta linda via de escalada.

Ricardo Borges


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