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Terça-feira, 15 de outubro de 2024

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Boletim n°14 - Mai. 2010
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Comemoração do 11º aniversário da Unicerj

“O homem é um animal que ama e que por isso é belo, muito mais belo do que a estrela da manhã”
Artigo 11º - “Os Estatutos do Homem”
Thiago de Mello

Como nos anos anteriores, comemoramos em 2009 o aniversário da Unicerj com ampla presença de sócios e convidados. Dessa vez, a festa foi realizada nos dias 18 e 19 de abril, em Itaboraí, no Sítio São Judas Tadeu, da sócia Mariangela Ziccardi, que nos recebeu com muita alegria para comemorarmos mais um ano de realizações e planejarmos o futuro do nosso Clube de montanhismo amador e não competitivo.

O local mostrou-se tão acolhedor que voltamos a realizar lá outra celebração, desta vez em agosto de 2009, quando tivemos a Festa dos Bolhas d’Água e a formatura do CBM/2009.

Mantivemos assim o espírito solidário hospitaleiro de tantas outras festas já realizadas em Miraflores (Teresópolis), na Fazendinha (Guapimirim), no Sítio Querência (Vargem Grande) ou na casa dos pais do Fabio, na Ilha do Governador.

Dessa vez, reunimos 74 sócios e convidados que participaram ativamente da festa e, acreditamos, tenham também se emocionado com os discursos e testemunhos daqueles que compartilharam sua vivência na Unicerj.

De fato, nosso Clube tem sido importante na vida de todos nós, unicerjenses. É um clube singular, que desde antes da própria fundação, já estava na contramão do pensamento único dessa época conformista, subserviente, injusta e hipócrita que tem tratado o ser humano com tanta indiferença, quando não com brutalidade e falta de compromisso com a cidadania.

Durante a solenidade propriamente dita, combinei com o Borges, e ele aceitou mais uma vez, ser o mestre de cerimônias, coordenando os discursos de todos os presentes à festa que desejassem se manifestar.

Todos nos divertimos bastante com os discursos que em alguns momentos foram também emocionantes, com relatos inesquecíveis.

A festa de aniversário contou com a presença de 18 Guias do Clube e cinco Fundadores, que juntamente com as demais pessoas discursaram com entusiasmo e até eloqüência.

Borges, assim que abriu a solenidade, agradeceu à Mariangela por nos receber em sua casa e passou a palavra ao Bonolo, que se emocionou bastante ao lembrar de sua Escola de Guias, a ETGE/2003, quando 11 Guias foram formados.

Como os mais novos puderam constatar, o aniversário da Unicerj não é só uma festa. É um momento para reafirmarmos os nossos valores e a nossa filosofia Masenc.

Encerramento da cerimônia do 11º aniversário da UnicerjLucia, comovida, lembrou as tantas celebrações que já realizamos em Miraflores e agradeceu à Mariangela e a todos que auxiliaram na organização dessa celebração tão bonita. Lembrou que todos nós da Unicerj somos movidos pelo respeito que temos uns pelos outros e que a nossa visão de ecologia leva em conta, principalmente, os seres humanos de todo o planeta Terra. Lucia também reafirmou palavras do Borges que lembrou o Leo, que só não participou da festa por seu filho Guilherme estar com febre. Borges havia dito: “Quando fundamos a Unicerj, Leo tinha 20 anos, ainda estudante universitário, nem mesmo tinha feito a Escola de Guias. Hoje ele é o Presidente do Clube e está mais preparado do que eu quando assumi a presidência. Quanto ao Bonolo, é bom vê-lo se emocionar ao falar do Clube e de suas responsabilidades como Diretor Técnico, cargo ao meu ver mais difícil até do que a presidência. Tudo isso nos dá muita esperança no futuro e a certeza de que estamos no caminho que acreditamos ser o melhor para a Unicerj.”

Lucia lembrou o Leo e disse: “Leo é para mim e para o Santa Cruz como se fosse um filho. Vimos ele começando desde menino e hoje é o Presidente do Clube.”

Carlos Alberto saudou o Clube em mais esse aniversário, em especial os Fundadores presentes: Aleksandra, Borges, Lucia, Santa Cruz e Tarcisio. “A Unicerj é uma grande família e eu me orgulho de fazer parte dela”.

Fabio disse que a Unicerj permite que possamos exercitar o amor no sentido mais amplo ao acolher com toda amizade os que querem praticar montanhismo com segurança. “Quero deixar um agradecimento aos verdadeiros mestres que encontramos aqui no Clube, em especial ao Santa Cruz que está aqui ao meu lado, que me ensinou muita coisa e ensina até hoje”.

João Vaz se apresentou dizendo: “Sou um sócio do período pós-Santa Cruz”. Então eu comentei: “Eu posso estar de muletas, mas ainda não morri”, no que Willy acrescentou com precisão “Madadayo” (título do filme realizado em 1992 pelo magistral diretor, Akira Kurosawa, homenageado em vida com uma conquista nossa no PNSO). “Madadayo” em japonês significa “Ainda Não”. Foi então que, passados os risos, João contou o que aconteceu em 2008, lá em São Gonçalo, na festa do aniversário do Clair: “Na ocasião eu estava desanimado e descrente de quase tudo, do trabalho, da escola, da política. Na época, Santa Cruz já estava tendo que usar muletas, mas mesmo assim não se entregava mostrando-se entusiasmado com as possibilidades de transformação, não se deixando contaminar com a minha resignação. Nossa discussão foi aumentando de intensidade fazendo com que todos a nossa volta prestassem atenção ao que dizíamos um para o outro. Era uma conversa verdadeiramente acalorada, com argumentos históricos e filosóficos. Foi aí que o Santa Cruz bateu com a mão na mesa com força fazendo copos, pratos e talheres tremerem, apontou o dedo para mim, sentado bem a sua frente e disse olhando nos meus olhos com a certeza dos que vem lutando por toda a vida: ‘Se você não acredita que possa modificar o mundo a sua volta, você está no clube errado’. Era isso que eu queria dizer. Estamos todos no clube certo. O clube que escolhemos, o clube que mudou as nossas vidas e de algum modo está transformando a sociedade”.

Buarque fez um discurso que tem a ver com o cargo que ele exerce na Unicerj, Diretor de Ecologia: “A gente precisa se mobilizar mais, caso contrário qualquer dia só iremos conhecer os Parques Nacionais através de fotografias e filmes. Estão fechando tudo e quando não fecham estabelecem horários de visitação completamente inadequados para a prática do montanhismo. Precisamos reverter essa situação antes que seja tarde”.

Raquel Trambaioli, que está se formando médica, citou Platão e disse que encontrou na Unicerj um ideal de vida: “Eu sonho aplicar o espírito do Masenc na medicina”.

Willy fez um breve discurso enaltecendo a diversidade humana que existe em nosso clube.

Gustavo Benevides lembrou as peculiaridades de como a Unicerj é administrada: “Quem não conhece não compreende. Quem convive, respeita e admira”.

Mariana Ziccardi: “Eu não tenho muita coisa para contar. Só tenho 11 anos (coincidentemente a mesma idade da Unicerj). Sou filha da Mariangela. Ela fica muito feliz toda vez que vai fazer uma excursão com vocês. Eu não gosto de caminhadas, é muito cansativo. Talvez um dia eu descubra o que minha mãe já descobriu na Unicerj. Esse clube é muito importante para ela. Pelo que eu entendo vocês não estão nem aí para regras. Vocês fazem as próprias regras!”.

Favre lembrou a todos que “Um dia disseram aos fundadores da Unicerj: ‘Nós vamos aniquilar vocês’ (e isso foi antes da fundação do nosso clube). No entanto, a Unicerj está aí, desafiando o tempo, sem abrir mão dos princípios do Masenc. É isso mesmo!”.

Pouco antes de passar a palavra ao Tarcisio para fazer o encerramento da solenidade, lembrei a todos os presentes que nós Fundadores da Unicerj fomos por vários anos sócios atuantes do Centro Excursionista Rio de Janeiro (CERJ), clube fundado em 1939 por dissidentes do Centro Excursionista Brasileiro (CEB), que existe desde 1919. Temos, portanto, uma história que vem de longe. Em 1990, por divergirmos da orientação do CERJ no que se refere à formação de Guias optamos por nos afastar daquele clube que tanto nos ensinou. O tempo passou e anos após decidimos nos valer da prerrogativa constitucional que a República Federativa do Brasil garante a todos os seus cidadãos que é o direito de livre associação. Desse modo, no dia 17 de abril de 1998, a Unicerj foi fundada e continua a florescer para defender os valores que acreditamos. Passados todos esses anos, acreditamos que a Unicerj já é parte da história do montanhismo do Brasil, com mais de 200 conquistas realizadas e, principalmente, com a formação de Montanhistas e Guias que têm como objetivo ajudar a preservar a prática solidária do montanhismo amador e não competitivo em nosso país”.

Santa Cruz


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